Brasil bate recorde de inadimplência 6,9 milhões de empresas não conseguem pagar dívidas
- Michelle Monteiro
- há 8 horas
- 3 min de leitura
Crise econômica, juros altos, dólar caro e má gestão financeira criam cenário de inadimplência entre micro, pequenas e médias empresas

O ano de 2024 terminou com um dado alarmante para o setor empresarial brasileiro: cerca de 6,9 milhões de empresas encerraram o ano inadimplentes, o que representa 31,6% do total de companhias ativas no país, de acordo com o Indicador de Inadimplência da Serasa Experian. O número revela um aumento de 300 mil empresas inadimplentes em relação a 2023, cenário que especialistas apontam como reflexo de uma combinação de fatores econômicos adversos.
O país vive um momento desafiador, especialmente para as micro e pequenas empresas, que são mais vulneráveis a crises econômicas e oscilações de mercado. A especialista em gestão financeira empresarial, Andressa Almeida, explica que diversos fatores contribuíram para esse cenário de alta inadimplência: “A elevação da taxa Selic, que chegou a 10,75% no mês de setembro, encareceu o crédito, dificultando o acesso a financiamentos. Isso impacta principalmente micro e pequenas empresas, que dependem de capital de giro para manter suas operações. Outro ponto crítico é a valorização do dólar. A desvalorização do real elevou custos de importação de insumos e produtos, pressionando o caixa das empresas que não conseguiram repassar esses aumentos aos consumidores”, detalha a consultora financeira.
Além disso, a inflação persistente também tem peso, pois a alta generalizada de preços diminuiu o poder de compra da população, o que impacta diretamente no faturamento das empresas e aumenta o risco de inadimplência. Para a especialista, há também um componente estrutural de vulnerabilidade, a insegurança jurídica e as mudanças frequentes nas regulamentações. “As regras do jogo mudam com frequência, o que aumenta o risco para os empresários e dificulta o planejamento de longo prazo”, alerta Andressa.
A especialista ressalta ainda que a falta de uma gestão financeira robusta é um problema recorrente entre as MPEs (Micro e Pequenas Empresas). “Muitas empresas ainda falham no básico, controlar o fluxo de caixa, projetar cenários e manter reservas. Sem esse planejamento, a inadimplência se torna uma consequência quase inevitável”.
Para evitar a inadimplência e superar os desafios do cenário econômico, Andressa defende a adoção de medidas práticas e estruturadas, que envolvem organização, disciplina e o uso de dados. “As empresas precisam agir antes do problema se tornar crítico. Procurar os credores com antecedência, buscar prazos mais longos e taxas mais baixas pode aliviar a pressão no caixa. É importante monitorar entradas e saídas diariamente, o que permite identificar problemas antes que eles se agravem. Projetar diferentes cenários, otimista, realista e pessimista, ajuda a antecipar decisões e prevenir surpresas. Reduzir custos e despesas fixas também é essencial”, pontua.
A especialista destaca a importância de uma política de crédito clara, estratégias de cobrança eficientes e diversificação de receitas para fortalecer a saúde financeira das empresas. “É importante explorar novos canais de venda, como e-commerce e marketplaces, e buscar produtos e serviços complementares para aumentar a resiliência. Evitar a inadimplência é um jogo de organização, disciplina e decisões estratégicas baseadas em dados", afirma Andressa.
Por fim, a consultora ressalta os impactos da inadimplência na economia, especialmente para micro e pequenas empresas, que representam mais de 90% dos negócios no Brasil. “O atraso de pagamentos cria um efeito dominó, impactando fornecedores, funcionários e o mercado em geral, além de elevar custos de crédito, restringir investimentos e estimular a informalidade, enfraquecendo a economia formal. O planejamento financeiro estruturado, o apoio especializado, a criação de uma cultura de educação financeira nas empresas e a contratação de uma consultoria especializada é o farol que ilumina o caminho em tempos de incerteza", conclui.
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