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Com os juros nas ‘alturas’, quais as perspectivas para a economia em 2023?

Aumento dos juros nos EUA foi confirmado na reunião realizada pelo Fed nesta quarta (2), com elevação de 0,75 ponto percentual pela quarta vez consecutiva

O cenário de inflação causado pela pandemia e os prejuízos provocados pelos conflitos geopolíticos têm sido combatidos pelos Bancos Centrais em todo o mundo. Ainda que no Brasil a pressão sobre os preços esteja, de certa forma, controlada, não podemos dizer o mesmo de outros países.


Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), realizada em outubro, o Banco Central manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano. Esse nível deve ser mantido até o segundo trimestre do próximo ano, caso não haja nenhum novo choque inflacionário.


Ao longo do primeiro semestre de 2023, devemos ter uma inflação no acumulado de 12 meses na casa de 3% a 3,5%, o que produzirá um juro real bastante elevado. Com isso, é grande a possibilidade de redução da Selic a partir de julho de 2023, atingindo 9,0% ao ano até dezembro.


Lá fora, desde a última reunião do Fed (Federal Reserve Bank), o Banco Central dos EUA, tivemos uma sequência de dados de atividades e inflação que forçam a necessidade de continuação do aperto nos juros, mas no fundo a grande discussão que gira em torno do tema diz respeito ao ritmo e tom dos ajustes, uma vez que, a depender do peso da “mão da autoridade monetária norte-americana”, uma recessão econômica indesejada pode ser gerada.

Portanto, para continuar a perseguir as metas inflacionárias sem gerar ruídos, o Fed precisará ser cuidadoso e passar duas mensagens: a primeira diz respeito ao tamanho do ajuste e o segundo mostra um cenário de inflação persistente, que não deixa o Federal Reserve terminar o ciclo mais cedo.


A grande questão para o Fed é sobre como fazer uma comunicação ao mercado que não passe a imagem de descompromisso com a questão inflacionária, mas ao mesmo tempo não coloque a economia em recessão intensa.


Como o economista e ex-vice-presidente do Conselho de Governadores do Fed, Alan Blinder, é preciso alcançar um equilíbrio para “haver tanto arte quanto ciência nas atividades de bancos centrais”.


Breno Andrade é assessor de investimentos da Monte Bravo de São José dos Campos

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