Sistema de consórcios registra recorde histórico de 11,4 milhões de participantes ativos
- Michelle Monteiro
- 18 de jun.
- 3 min de leitura
Cenário econômico atual e mudança de comportamento do consumidor brasileiro podem ter contribuído para aumento

De acordo com os dados divulgados pela assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), o Sistema de Consórcios obteve marcas expressivas no 1º bimestre de 2025, registrando o recorde histórico de 11,4 milhões de participantes ativos em fevereiro deste ano. O número representa uma alta de 9,3% em relação ao mesmo período de 2024.
Segundo o especialista em consórcio e assessor de investimentos da WFlow, Joel Carvalho, o cenário econômico atual pode ter contribuído para essa alta. “A elevação dos juros e a seletividade dos bancos tradicionais tornaram o crédito mais caro e mais difícil. Isso empurrou o consumidor para soluções menos onerosas, como o consórcio. Além disso, a inflação controlada deu mais previsibilidade aos reajustes das parcelas, o que ajudou na tomada de decisão. Sendo assim, o consórcio aparece como uma resposta racional em tempos de incerteza. É uma forma de se proteger contra endividamento e ainda garantir um bem no médio ou longo prazo, com custo muito mais acessível”, explica.
Para ele, o aumento expressivo também reflete uma virada de chave no comportamento do brasileiro. “Com juros altos e crédito mais restrito, as pessoas estão buscando alternativas mais inteligentes e sustentáveis. Com isso, o consórcio ganhou espaço como uma forma de planejamento financeiro: sem juros, sem entrada, e com parcelas que cabem no bolso. No final, muitas pessoas estão trocando o financiamento pelo consórcio, mas, mais do que isso, estão mudando a mentalidade, saindo do imediatismo e pensando em construção de patrimônio com consciência”, comenta.
O levantamento da Abac mostra que, com exceção do consórcio de veículos pesados, a venda de cotas apresentou crescimento em quase todos os segmentos. No consórcio de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis o crescimento foi de 147,9%, no consórcio de imóveis, as vendas subiram 47,3%, enquanto no consórcio de veículos leves o aumento foi de 21,9% e no consórcio de motocicletas, de 21,3%. Já o consórcio de serviços registrou um aumento de 18,4% na venda de cotas.
“Muita empresa, principalmente do agronegócio e da área de transporte, tem usado o consórcio como ferramenta de renovação de frota e aquisição de ativos com menor impacto no caixa. E no caso dos serviços, o consórcio tem financiado desde cirurgias plásticas até viagens e educação, o que mostra o quanto o sistema está se diversificando e ganhando relevância em outras áreas da vida das pessoas”, pontua o especialista.
Segundo ele, a principal diferença entre o consórcio e o financiamento está no custo e na lógica de aquisição. “No financiamento, você paga juros altos para ter o bem de forma imediata. No consórcio, você se organiza para conquistar o bem dentro de um prazo e o custo total é muito menor, porque não há juros, apenas uma taxa de administração diluída. É a diferença entre consumir de forma impulsiva ou construir patrimônio com inteligência”, ressalta, explicando quais são as situações em que o consórcio vale mais a pena que o financiamento.
“O consórcio vale mais a pena para quem pode se planejar, quer economizar nos custos totais e busca disciplina financeira. Também é ideal para quem está montando ou ampliando patrimônio como empresários, investidores, ou até quem quer sair do aluguel com equilíbrio. E mesmo quem precisa do bem com mais rapidez pode usar estratégias como o lance, antecipando a contemplação. Hoje, com um bom planejamento, o consórcio pode ser competitivo até com o crédito à vista”, comenta.
Antes de entrar em um consórcio, é necessário seguir alguns passos fundamentais. “Primeiro é importante verificar se a administradora é autorizada e fiscalizada pelo Banco Central, isso é o mínimo. Depois, entender bem o contrato: taxa de administração, reajustes, prazo e regras de contemplação. Também é essencial saber qual é o seu objetivo: comprar, investir, formar reserva, entre outros. Isso define a melhor estratégia. E claro, ter clareza de que consórcio não é mágica e sim uma ferramenta de planejamento. Lembrando que, com disciplina e visão de médio prazo, funciona muito bem, mas precisa ser usado com consciência”, afirma.
SAIBA MAIS
Consórcio é um bom negócio? Assista ao episódio completo do podcast Tudo é Possível, com o especialista Joel Carvalho e saiba mais sobre essa modalidade de investimento (www.youtube.com/watch?v=IxJVcLz-1z4&t=1023s).
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